Juliana Chartuni - Alopecia androgenética, areata, cicatricial: o que diferencia cada uma?

Alopecia androgenética, areata, cicatricial: o que diferencia cada uma?

A queda de cabelo pode afetar homens e mulheres em diferentes fases da vida mas nem toda queda é igual. Existem diversas formas de alopecia, com causas, sintomas e tratamentos distintos. Entre as mais comuns e clinicamente relevantes estão: alopecia androgenética, alopecia areata e alopecia cicatricial.

Entender as diferenças entre elas é fundamental para buscar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.

Alopecia androgenética: a famosa “calvície hereditária”

A alopecia androgenética é a forma mais comum de queda capilar. Afeta principalmente homens, mas também pode atingir mulheres, especialmente após alterações hormonais como a menopausa.

Causa principal: predisposição genética e ação de hormônios androgênicos, como a testosterona.

Sintomas: queda progressiva dos fios, com afinamento e rarefação, principalmente no topo da cabeça (em homens) e na região central (em mulheres).

Tratamento: costuma envolver o uso de medicamentos tópicos (como minoxidil), medicamentos orais (finasterida ou outros inibidores hormonais) e terapias como microinfusão de medicamentos, LEDterapia e transplante capilar, quando indicado.


Alopecia areata: queda repentina e em áreas arredondadas

A alopecia areata é uma doença autoimune, em que o próprio sistema imunológico ataca os folículos capilares, provocando a queda repentina dos fios.

Causa principal: fator autoimune, muitas vezes associado a estresse emocional ou outras condições autoimunes.

Sintomas: surgimento de falhas arredondadas no couro cabeludo ou em outras áreas do corpo, como sobrancelhas e barba. Em casos mais severos, pode evoluir para perda total dos fios (alopecia total) ou do corpo todo (alopecia universal).

Tratamento: inclui corticoides tópicos ou injetáveis, imunomoduladores e acompanhamento dermatológico constante. A resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa.


Alopecia cicatricial: quando há destruição dos folículos

A alopecia cicatricial representa um grupo de doenças inflamatórias que destroem permanentemente os folículos pilosos, resultando em perda definitiva dos fios e formação de cicatrizes.

Causa principal: inflamações diversas (autoimunes, infecciosas ou genéticas) que danificam o folículo de forma irreversível.

Sintomas: áreas de queda capilar com perda definitiva dos fios, pele lisa e brilhante onde antes havia cabelo. Pode haver coceira, dor ou queimação no local.

Tratamento: o objetivo é controlar o processo inflamatório e impedir o avanço da doença. Envolve o uso de imunossupressores, antibióticos ou corticoides, dependendo da causa específica.


A importância do diagnóstico precoce

Independentemente do tipo, a alopecia sempre merece atenção médica. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de preservar os fios e recuperar a saúde capilar.

Ao notar queda excessiva, afinamento dos fios ou surgimento de falhas no couro cabeludo, procure um dermatologista especializado em tricologia para avaliação completa. 

Exames como fototricoscopia digital e, em alguns casos, biópsia do couro cabeludo, ajudam a identificar o tipo de alopecia e guiar a conduta terapêutica.


Conclusão

Cada tipo de alopecia tem suas particularidades, e saber diferenciá-los é essencial para garantir o tratamento certo. 

Não ignore os sinais que seu cabelo dá: buscar ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar sua autoestima e saúde capilar.